sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Alberto Cuddel - Escolhi Amar-te XL


A pernas que te levaram à presença do meu olhar, são as mesmas que hoje lascivamente se entrelaçam no meu corpo, deixando-me sem vontade de partir!

As vezes, é bom demorar com o olhar pousado em ti, como que adormecido nas formas de teu corpo, o amor pode ser silencioso, mas jamais deixar de ser físico, podemos amar-nos eternamente na entrega da alma ao corpo, nem que seja num mero toque na pele rugosa das nossas envelhecidas mãos. O amor é também físico, Amor é também pornografia!

Sabes o quanto amo amar-te também com os dedos, com os lábios, com a língua, com o olhar, com as palavras, as palavras são do mais erótico e pornográfico que pode existir. É essa despudorada forma de nos amarmos que nos sustem na distância física do amor num abraço.

Nas curtas metragens dos nossos sonhos, realizamos as mais loucas e eróticas fantasias amorosas, num telefonema fora de horas, um notívago despertar, e as palavras, essa eróticas e traiçoeiras palavras -despe-te, veste apenas uma gabardine e desce, estou a chegar, e quero amar-te longe daqui, em qualquer outro lugar. Amamo-nos, porque apenas temos vontade de o fazer, de o ser, na essência também amantes.

A chuva cai, também na rua, som que nos inebria, no embaciar dos vidros do automóvel, mecânicos ávidos de testar exaustivamente o sistema de suspensão, a tua voz doce, acentuadamente quente, no sabor salgado da tua pele, és sonho realizado em mim, sou em ti ator perfeito da loucura, é a loucura de nos amarmos, num tempo em que já ninguém se ama.

Nos dias em que nos encontramos, amamo-nos… nos outros, amamo-nos também, pois ao segundo olhar, prometi nunca mais deixar de Escolher Amar-te!
Alberto Cuddel®

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