quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Escolhi amar-te porque me Amava X

…lembras-te? Claro que te lembras, que tontice a minha, como podia o teu cérebro esquecer as palavras, as imagens? Quantas mensagens trocadas numa qualquer aplicação, elevando a libido, desejo, o querer?

…quantas vezes o teu corpo tremeu, elevou-se, desejou-me… em meras palavras propositadamente desconcertantes, ordinariamente e pornograficamente explicitas. Nas imagens que as acompanhavam, arrebatando para mim toda a tua atenção, fazendo-te desejar o reencontro com meu corpo mais que qualquer outra coisa na vida?

…cultivamos em nós, um desejo adolescente de um sexo proibido, de um encontro casual num qualquer lugar, apenas para matarmos uma fome de nós mesmos, uma sede que cultivávamos na abstinência do dia…

… hoje? Ficamos apenas por umas curtas mensagens, ternas, carinhosas, num: “ amo-te”; “cheguei”; “Bjinhos”; “estou a sair”; “já te ligo”…

Ai as saudades desse outo tempo, dessas outras mensagens explicitamente ordinária que nos desconcentravam, na fome do desejo que em nós cultivávamos, mas hoje a porcaria do teu telemóvel só recebe SMS…

Mesmo assim amo-te, porque me amo também em ti…
M. Irene Cuddel ®

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