terça-feira, 19 de abril de 2016

BRASIL: PÁTRIA ASSUSTADORA



Saudade do tempo em que ‘pedaladas’
eram só as do Robinho
imitadas nas peladas de campinho

repetidamente pela molecada!


Agora os craques são outros
Hoje, os moleques são outros, meu bem

e os tempos também!
O sujo acusa o imundo

O irado fala mal do furibundo
E cada qual impõe seu nhenhenhém. . .


Meu país de ‘reis do drible ‘ e mil sotaques
tá de pernas tortas (sem lembrar Garrincha)

Mula manca  . . . que dá coices e relincha
Tem chiliques, ‘partidários piripaques’

Faltam índios, mas caciques há de sobra
O Congresso é um Fla x Flu ,Irã x Iraque. . .

(Craque lá, não mostra o pau nem mata a cobra)
O Brasil é uma República de araque!         

É Renan ,é Lula lá (e cá) ,é Cunha
Relatores, delatores premiados

Lava jato, senadores,deputados
(fora o Temer . . . e a dengue e a Chikungunya)!!!!

É protesto e Manifesto de hora em hora
Sons funestos: ‘Fora Dilma’! ‘Somos Moro’!

São torcidas? Cada uma entoa um coro?
E no fim? Quem ri por último? Quem chora?

Pago o pato, a conta, a cota, o imposto, os juros

Pago até pra ver quem vai, quem vem, quem fica
Pago caro pra sair dos meus apuros. . .

Sem futuro . . .  com salário de titica


E o ‘direito’ de votar é obrigatório. . .
E o dever de ser honesto é ‘opcional’

Meu país é um paraíso, um purgatório
um inferno . . . Eterno ‘fado tropical’


Nossa mídia ama a perfídia, a infâmia, a fúria
Manipula as massas, mente, desinforma

Habilmente, velozmente pega a injúria
e em verdade absoluta lhe transforma

Nós ouvimos, vemos, lemos . . . decidimos
por nós mesmos o que é fato e o que não é

Quem é quem? Quem é do bem? Quem de má fé?

Nós julgamos . . . condenamos . . . e seguimos. . .


 ‘Bem nascido’ odeia o ‘pobre de marré’
E o Tucano quer o sangue do Petista!

(O meu povo está virando terrorista)?
Tô pensando seriamente em dar no pé!

Vou-me embora pra Pasárgada , meu bem
pois senão meu ‘coração de ouro ‘ explode

Ai, se Deus é brasileiro (oh my God)

deve estar chorando mais do que um neném!


Minha terra não é minha . . .
e nem é sua também

‘Tô bolado’,’ tô de bode’
sem inspiração pra ode. . .

Vou compor um réquiem


Minha amada patriazinha
fez-se terra de ninguém

Ai ,ai . . .  nem Deus nos acode
O Diabo tudo pode

e os anjos dizem amém. . .


Nunca mais eu vou andar de pedalinho
nem sequer de bicicleta ,meu amor

que isso lembra as ‘pedaladas’ . . . o Robinho
e um passado . . . que eu julgava promissor


Mas não vou morrer de raiva ou de vergonha
nem também me conformar com minha dor. ..

Vou teimar e versejar como quem sonha
um final feliz . . . num filme de terror.

PAULO MIRANDA BARRETO

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição CompartilhaIgual 4.0 Internacional

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