domingo, 18 de outubro de 2015

Escolhi Amar-te XXVII

 
Pode o tempo ser gasto, no desgaste temporal das discrepâncias de humor, nem sempre aprazíveis em mim, em ti, em nós, posso desnorteado perder o norte do rumo traçado, uma pausa temporal. Podemos imiscuir-nos na fase lunar de mundos paralelos onde os nossos quereres e vontades não se cruzam, mas no limite, na nossa derradeira fronteira da nossa infelicidade, encontramo-nos um no outro, voamos, encontramos em nós o que nos fez nascer um no outro.

Encontramo-nos no abraço intemporal que nos trouxe até aqui, no beijo jurado onde selado fora o nosso segredo, no regaço teu onde adorno o meu pensamento, onde deposito e regateio as minhas ansiedades, onde me acalmas, me fazes ver em ti e por ti, o quão distante estava meu mundo, o mundo de sonhos e de vãs ilusões, onde sem a tua bussola me perco, guiado por estrelas disformes e complexas.

Paras o tempo, apenas um pouco, para que no solavanco do comboio da vida eu caia, apenas para que me possas levantar, para me iluminares com o teu brilho de estrela da manhã, para no sopro da vida do teu beijo me ressuscites, para que possa nascer no teu corpo, na essência do teu perfume.

Renasço em ti, no teu corpo celeste, sou em ti pó estelar que moldas na força gravitacional da tua aura, encadeio-me nas fórmulas da física universal, num amor teológico e matemático, sabendo que se em ti existo, sem ti apenas persisto, na louca vontade de te encontrar e de te fazer nascer em mim.

No reinicio dos tempos, que parados estiveram, sobressalto temporal, quem ama, reclama presença, da ausência sentida, pela busca do encontro na fisicalidade das coisas, na noite, no dia, na manhã, na tarde, no agora, no já de ti que em mim sobrevive, recordo, insisto, persisto, escolho amar-te, hoje e sempre a cada dia!
 
Alberto Cuddel®

Podem acompanhar toda a série Escolhi Amar-te em: http://escritanoface.blogspot.pt

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