“O RELÓGIO
DOURADO DO MULTI-UNIVERSO”
(THYMONTHY
BECKER)
Estava no
meu quarto do apartamento onde moro. Havia duas camas ali. Em baixo de uma
cama, vi um relógio dourado, que nunca tinha visto. Em baixo da outra, vi uma
chave de carro. Eu peguei a chave, cheguei na janela do quarto, olhei lá em baixo, vi um homem
encostado na parede de uma casa. Desci do
apartamento, fui até o homem que estava encostado na parede e entreguei
a ele a chave que havia pegado debaixo da cama. Ele tinha que pegar o carro,
encher o tanque e depois o levar até o local combinado. Dei a ele 100 reais,
com o qual deveria abastecer o carro.
Este homem
pegou o dinheiro e foi embora sem questionar nada. Voltei para o prédio onde
morava e comecei a subir as escadas, porém as escadas não tinham fim. Fiquei
furioso com aquilo e instantaneamente me dei conta que estava à frente da porta
do quarto.
Ao abrir,
ao invés de estarem as duas camas, havia uma avenida enorme e vazia. Vi o carro
que pedi para ser abastecido, parado na esquina. Fui ao encontro dele quando
percebi que os prédios eram tortos, faziam ziguezagues impossíveis e perto de
meus pés o relógio dourado.
Olhei as
horas e eram 11 horas e 11 minutos. Achei estranho, porém, guardei o relógio no
bolso e prossegui para o carro.
Chegando ao
carro, lembrei que eu tinha que buscar o almoço. Mas como não tinha certeza se
o restaurante estava aberto, sai com o carro para ver. Quando sai, às ruas
tinham apenas 3 metros de largura, a conta de um carro passar. Havia casas de
um lado só, mas estas casas eram pequenas e só tinham a frente. Eu deveria ir
reto, mas virei à direita indo ao sentido errado e fui subindo as ruas, já que
uma rua ficava a uns 10 metros acima da outra, todas com 3 metros de largura e
fachadas de casas bem pequenas de um lado só. Nisto cheguei à última rua, então
percebi que tinha ido para o lado errado. Então vi que não tinha trazido às marmitas e que deveria voltar para
buscá-las. Larguei o carro ali e fui a pé. Fui indo por esta última rua.
Pouco à frente vi três cachorros. Percebi que eles iriam correr atrás de mim,
sai correndo. Eles começaram a me perseguir. Mais a frente vi mais dois
cachorros. Então imaginei que eles não iriam deixar os outros cachorros
passarem por ali e assim eu passaria sem problemas. E isto aconteceu.
E
finalmente entendi o propósito daquilo, o meu relógio dourado era o que
controlava o tempo entre os multi-universos. Era por isso que ao mesmo tempo em
que estava com fome, estava andando de carro, fugia dos cachorros, estava
dormindo e fazendo infinitas coisas.
Mas aquela
situação me deixava desconfortável e nem percebi que pequeninas aranhas subiam
pelas minhas pernas. Não conseguia me mexer e elas tomaram conta de todo o meu
corpo.
Quando
estava quase morrendo sufocado, uma torneira se abriu no céu e uma enxurrada de
água fria caiu sobre mim, me livrando das aranhas, mas devido à enxurrada, o
meu relógio dourado foi indo embora pelo meio fio. Corri para pegá-lo, mas
quanto mais eu corria, mais longe ele ficava. Até que desapareceu num bueiro. E
quando isto aconteceu me vi de volta em meu quarto. Mas não havia mais duas
camas, e sim, somente uma. Fui até a janela e vi o carro lá em baixo, como se
nunca estivesse saído dali. Corri para olhar em baixo da cama, qual foi minha
surpresa. Lá estava o relógio dourado marcando várias horas. Eram horas dos
vários multi-universos, das várias situações que poderia fazer ou deixar de
fazer. Fiquei emocionado com aquilo, pois sabia que minhas muitas vidas estavam
fazendo coisas diferentes e assim eu seria uma pessoa completa.
Uma buzina
tocou, era o carro lá em baixo me lembrando que estava atrasado para o
trabalho. Corri feito louco e esqueci minha marmita. O carro estava sem
gasolina.
Ei espera
ai! Essa história parece que já tinha acontecido.
Ah, sei lá
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