domingo, 11 de novembro de 2018

FARAWAY - Sergio Almeida


Faraway é sobre a distância, aquela entre pessoas, objetivos, sonhos; aquela entre o que queremos e o que é possível, entre o que ansiamos e o que precisamos. A distância entre a necessidade de segurança e o impulso pela busca de aventuras, entre o que somos e o que queremos ser, entre o que fomos e o que vamos nos tornar, entre o que a vida faz de nós e nós o que nós fazemos com ela.
A distância muitas vezes sobrepõem-se à nossa vontade obrigando-nos a continuas e precipitadas mudanças de planos. A sombra da austeridade reinante resulta numa personificação das perdas. A intensa confusão, desvario e desnorte nos empurram para situações que nos transformam naquilo que precisamos ser, mais do que naquilo que gostaríamos de nos tornar. O poeta às vezes se volta para o cotidiano imaginado, porque não conta fatos ou episódios, mas descreve estados da alma. Essa visão do mundo é a metáfora de uma palavra perdida entre parênteses, assemelha-se a um mosaico imenso, pintado ao longe, no não-lugar. A solidão, o desencontro das pessoas no mundo também estão presentes, A solidão se abate sobre os seres de forma indefensável.
Ao abrir a janela para o nada, em completo desânimo, em plena desilusão, pinta um auto-retrato em branco e preto, com pinceladas ríspidas e rápidas. A solidão pode nos levar à paz dos precipícios, à bem-aventurança dos infernos que m nós mesmos residem, silenciosos e ocultos sob a pele das palavras ainda não escritas.


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