Mariângela Padilha, nascida cidade de Vacaria, Rio Grande do Sul e
residente em Minas Gerais desde os doze anos de idade, em Pouso Alegre desde
1976.
Autora do livro: "Lenda do Corpo Seco”
Lançado em 27/08/2009.
Lançado em 27/08/2009.
Romance infanto-juvenil baseado em lendas urbanas de Minas Gerais.
Mariângela: Mariângela Padilha, Me Morte, 29/05/1960
Mariângela: Quando tinha cinco
anos eu dizia que seria escritora, depois na adolescência comecei com os poemas
e somente adulta com a prosa. Sempre gostei de ler, porém somente depois dos 40
anos comecei a investir e divulgar meus escritos.
Sempre fui uma escritora de gaveta.
Mariângela: Não! Vejo-me uma
escritora medíocre, acho que gosto mesmo é de brincar, ousar, colocar pra fora.
Não me curto muito nessa área. Eu gostaria de dizer muita coisa e não digo,
então acabo escrevendo.
Não me acho uma escritora foda, escrevo conforme tenho necessidade de
expressar coisas que não falo. O estilo lenda urbana é o melhor de mim, o resto
é pura enganação. Vivência que acabou nos papéis. `E isso.
Mariângela: Acredito que o
ensino público não seja tão enganado.
Aqui na minha cidade se você quer uma base boa para uma Faculdade tem
que pagar e fazer cursinhos.
O aluno não fica preso, motivado, acho que é a expressão que melhor se
encaixa aqui...
Não há motivação para segurar o aluno em sala de aula. Pra você ter uma
ideia, aqui quando falta professor eles ficam na boa, no ensino particular é
diferente, eles tem atividades caso falte algum mestre. Eu não vejo com bons
olhos o ensino publico, talvez essa motivação comece lá em cima, no
investimento que não vem para alunos e professores por parte do Governo e quando
vem, não é concluído, como no caso dos alunos que estavam no exterior e
recentemente tiveram que voltar por falta de verba.
Para falar a verdade, tem que mudar muita coisa!
O que pensa a respeito do programa do Governo sobre Cotas para a
inclusão de alunos de cor negra para uma Faculdade? Seria uma armação do
Governo para ser bem visto no Exterior ou uma forma racista de fazer com que
finalmente cada um enxergue seu problema?
Mariângela: Se pensarmos na
Educação Superior, 10 anos atrás, veremos que pouquíssimas pessoas tinham
acesso a ela e isso sempre envolvia dinheiro. Hoje temos muita gente se
formando, inclusive pessoas que não tiveram chance no passado e correm atrás do
prejuízo hoje. Eu digo que hoje só não estuda quem não quer e as cotas tiveram
sua parcela de contribuição nessa mudança.
Que foi uma medida racista e eleitoreira, claro que foi. Aliás, tudo que
foi feito no atual Governo foi sem boas intenções, pode apostar, mas que ajudou,
é fato. Não sou contra, só acho que muitas outras medidas poderiam ser tomadas
a fim de se combater essa desigualdade imensa e a discriminação no nosso país.
A China, havia se mostrado grande aliada do Brasil em expansão
comercial, de repente teve um declínio financeiro assim como teve também quase
toda a Europa. Sendo o Brasil líder no Mercosul, acredita que essa seria a
melhor hora para o país dar um salto e tentar deixar de ser visto como país de
terceiro mundo?
Mariângela: Cara, eu torcia
para o Brasil dar essa arrancada, porém de uns tempos pra cá os governantes
sujaram muito a imagem do Brasil lá fora. Se você assiste a TV fechada assusta
de ver como somos vistos agora, como uma país de corrupção, falcatruas e todo o
resto. Como ter credibilidade? Um Governo
que não investiu, que não se mostrou preparado e que vem tomando medidas paliativas
para derrotar a crise. Setores como saúde, segurança pública, educação e
outros, sem fundos, um caos! Sinceramente, primeiro tem que mudar a cúpula,
para depois se pensar em dar desses saltos rumo ao sucesso lá fora.
O que pensa a respeito da grande demanda de publicações de livros,
impressos e digitais, que estão cada vez mais populares? Acha ser uma
oportunidade para autores que não encontraram alguma oportunidade de mostrar
sua arte de outra forma?
Mariângela: Com certeza! A
internet e as publicações de livros impressos, sob demanda, tornaram possível
realizar o sonho de tanta gente, inclusive o meu, que foi publicar um livro como A lenda do Corpo Seco, que publiquei. Os e-books nem se fale, muito
se facilitou, no tocante a divulgação. Tenho vários e foram primordiais para
que eu ficasse conhecida literariamente e me abrissem tantas portas e
parcerias. Não sou como tantos que preferem a maneira tradicional de um livro
impresso, acho que a modernidade tem que
ser acompanhada ou corremos o risco de ficar no esquecimento. Claro que não
dispenso meus livros de cabeceira, tenho sempre, porém no computador tenho
muito mais.
Mariângela: Eu amo Machado de
Assis pelo seu modo de escrever, porém sei que não é fácil, toda vez que li
tive que usar o dicionário e tem gente que não curte isso. Então, eu indicaria
aquele que me fez viajar tantas vezes, Monteiro Lobato. Amo ler Monteiro Lobato
muito mais que os que inspiraram meu estilo gótico, como Allan Poe, que é o
máximo!
Mariângela: Definitivamente
não gosto de funk, se toca vou pra longe, porém não tem como negar que é uma
questão cultural. Da mesma forma que aqui em minas temos o sertanejo raiz, o
samba é tradicional do Brasil, o tango da argentina, o axé da Bahia...Mas não
curto funk e não acho legal funk ostentação, porque me remete a música Black
dos EUA e tenho pavor dessa onda que se cria a partir de coisas americanas,
cheira imitação. Se você ver os clipes de 50 Cents, 2 Pac, Eminem, etc...Pura
ostentação, carrões, muito ouro e mulheres. Percebe? Igual! Isso é muito ruim.
São Paulo, assim como outras Cidades brasileiras, está repleta de
eventos culturais promovidos por iniciativa própria de artistas marginais.
Acredita que uma intervenção financeira, patrocínio, do Ministério da Cultura,
ajudaria a crescer e melhorar tais eventos ou correria o sério risco de desvio
de verbas: Pois parece que em tudo que envolve dinheiro há corrupção..
Mariângela: Tudo que envolve
dinheiro demanda corrupção atualmente. Parece exagero dizer isso, mas acredite,
não é. Trabalho na Prefeitura e aqui o Governo é do mesmo partido que o de
Brasília, por isso meu descrédito. Acho que os eventos culturais marginais são
o que de melhor temos atualmente e precisamos injetar dinheiro neles mesmo.
Mas, não acredito que isso aconteça da forma que tem que ser com os atuais
detentores do poder. Não mesmo! Outros interesses estão em jogo e se um edital
desse porte se abre, será um apadrinhamento de norte a sul, sem se ater ao
verdadeiro merecedor do tal patrocínio.
Mariângela: Espanhol, claro,
antes mesmo do inglês deveria ser ensinada.
Acho que abriria muitas portas para brasileiros que se aventurassem fora
do país.
Mariângela: Em todos,
inclusive no primário. A inclusão começa por aí. Eu fiz um breve curso e
pretendo fazer outro mais completo. Se temos irmãos que precisam se comunicar
assim, muito certo que a gente precise também saber LIBRAS para se comunicar
com eles.
Acredita que os Surdos-mudos, deveriam ter um espaço reservado ou a
possibilidade de incluí-los junto aos não Surdos-mudos lhes proporcionariam
maior convivência com a Sociedade a ponto de não se sentirem isolados do Mundo?
Mariângela: O projeto inclusão
nas escolas tenta fazer isso, colocá-los com pessoas sem deficiência, porém,
foi muito mal estruturado, fazendo com que o efeito fosse contrário, em vez de
inclusivo, tornou-se mais exclusivo ainda. Não prepararam as professoras para
lidar com eles e simplesmente os jogaram lá, entre alunos sem deficiência e
entre muito preconceito.
E o pior, agora já cogitam acabar com as APAES, o caos.
Mariângela: Qualquer um que
falasse da vida após a morte. De preferência um romance.
Mariângela: Mariângela Padilha
é uma pessoa que ama desde os doze anos, que sabe que é amada, que é feliz por
isso e que falta pouco para ser mais feliz! Uma lutadora!
Apanhei, bati, caí e
levantei. Essa sou eu
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