Engenheira Civil de formação, Analista de Comércio Exterior de profissão, Mestre na área financeira e empresarial, Silmara Aldrighi é escritora de técnica e coração. Nascida em Fortaleza, foi assessora parlamentar, gerente de projetos/finanças, empresária e, desde a sua aprovação em concurso público federal, é apaixonada pela capital do Brasil, onde vive há 23 anos.

Com a pandemia, especializou-se em escrita criativa/sensorial. Jamais desistiu dos
livros que se acumulavam em sua gaveta imaginária e já participou de nove antologias. Lançará mais um livro, ainda este ano de 2024, e outros estão sendo programados. Publicou: “Quando a Morte Ensina a Viver”, “Pétalas da Alma”, “O Destino de Morgana”, “Libélulas” e “O ÚLTIMO PESADELO”.
Apaixonada por letras e números desde a infância, quando fora premiada por sua escrita e por cálculos matemáticos, guarda, até hoje, seu primeiro romance, manuscrito aos 14 anos. Um dia, pretende publicá-lo em um merecido lançamento especial.
ENTREVISTA:
1- Pergunta:
Olá, Silmara, tudo bem? Podemos começar a entrevista com você nos dizendo a origem de seu sobrenome, “Aldrighi”?
Silmara:
Claro, mas primeiro agradeço o convite para estar aqui com você e essa turma querida. É uma honra poder compartilhar a minha história.
“Aldrighi” veio com o casamento. Aos nove anos, o avô do meu marido chegou com a família em Santos, mas todos moraram na capital paulista, onde criaram uma cantina italiana. À exceção da avó dele, que era francesa e veio pequena para o Brasil, todos da família vieram da cidade Mântova (ou Mântua). Fundada em 2000 A.C., após idas e vindas de disputas, em 1866 D. C., a cidade foi incorporada ao “Reino da Itália”, mas chegou a pertencer à Áustria por um tempo. O sobrenome Aldrighi se estabeleceu após as mudanças desse comando. Chegou a ser Aldrich ou similares.
Curiosidade: na peça "Romeu e Julieta", de William Shakespeare, quando Romeu foi exilado de sua cidade natal, Verona, após matar Tebaldo, ele fugiu para Mântua/Mântova.
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2- Pergunta:
Você tem formação acadêmica? Qual?
Silmara:
Sou Engenheira Civil de formação, mas nunca trabalhei nessa área. Minha última profissão foi a de Analista de Comércio Exterior, em concurso público federal, embora tudo isso já tenha ficado no passado. No presente, as amizades que abracei por lá e as boas memórias do coração. Hoje, a minha alma é de uma escritora, mas com técnica também.
Aliás, sempre amei matemática e português, mas escolhi abraçar as oportunidades do caminho e elas me surgiram com os números. Agora estou nas letras, pois jamais desisti dos livros que se acumularam em minha gaveta imaginária. Estudo rotineiramente para dar o melhor de mim e escrever com consistência e emoção.
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3- Pergunta:
Quando foi que começou a escrever?
Silmara:
Escrevia na escola e gostava de criar muito. Ganhava prêmios no jornal local e no colégio. Aos 14 anos, guardei meu primeiro romance e tenho esse manuscrito até hoje comigo. Também venci concurso de poesia, quando fui bancária, e levei toda a família para jantar fora com o prêmio. Depois disso, usei o português apenas para garantir boas escritas oficiais até me aposentar. Foi aí que publiquei o meu primeiro livro, em 2022.
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4- Pergunta:
Qual de seus livros é o mais comentado, e o que dizem os leitores sobre ele?
Silmara:
O que mais tem ajudado as pessoas é, sem dúvidas, o meu primeiro livro, QUANDO A M0RTE ENSINA A VIVER - segundo colocado em vendas, mas o mais comentado. Nele, com base na experiência da minha família pelo câncer do meu pai, compartilho reflexões sobre a importância da vida, em quaisquer contextos, enquanto está disponível para nós.
Por causa desse livro, diversos leitores resolveram traçar novos caminhos. Outros desengavetaram sonhos ou passaram a tratar da saúde. Muitos disseram encarar a vida diferente agora. É um livro sobre erros e acertos, dores e alegrias, vida, finitude e gratidão.
PÉTALAS DA ALMA, sob essa ótica de autoajuda, é o segundo procurado e o terceiro da fila em vendas, empatado com LIBÉLULAS, pois traz reflexões, planejamento e ação para que você execute os seus sonhos e projetos.
LIBÉLULAS trata da história de 4 mulheres que lutam por transformação de vida, junto à força da natureza que as rege, em uma necessária mudança de ciclo, abandonando destinos traçados por terceiros para si. São 4 histórias independentes em um só livro. Eu pouco divulguei este livro, mas farei isso ainda.
Em relação às vendas, os meus livros de fantasia são os preferidos dos leitores, como O DESTINO DE MORGANA, primeiro colocado entre eles, e agora O ÚLTIMO PESADELO, que acaba de ser lançado e já estou colhendo muitos retornos positivos. As pessoas apreciam uma boa diversão e haverá muitos livros meus nessa linha também.
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5- Pergunta:
Em qual língua o seu livro foi escrito? Pretende escrevê-lo em outra língua?
Silmara:
Todos os livros foram escritos somente em português, mas tenho vontade de traduzi-los para inglês, italiano e espanhol. Isso pode demorar. É preciso investimento. Como continuo escrevendo várias histórias, porque essa minha gaveta imaginária se acumulou em mim, esses recursos estão indo para os novos livros. Mas um dia, quem sabe...
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6- Pergunta:
Está trabalhando em algum projeto no momento? Gostaria de falar sobre ele?
Silmara:
Tenho o Projeto Literário e o Projeto Vida Saudável correndo em paralelo na minha vida, embora a literatura tenha tomado mais de 50%. Já apoiei doações de livros a escolas públicas e fiz projetos gratuitos com escritores nacionais independentes, porque acredito que realmente juntos somos mais fortes.
Além disso, ao invés de buscar lucro no meu primeiro livro, após receber de volta o que investi, consegui doar as 70 unidades restantes para bibliotecas da área da saúde em universidades federais pelo brasil, para profissionais que trabalham com cuidados paliativos e para profissionais do riso que são voluntários em hospitais com crianças com câncer. Projetos para 2025 ainda não podem ser revelados, pois estão em construção.
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7- Pergunta:
O que você acha da inclusão da literatura nas escolas?
Silmara:
Eu estudei literatura por todo o meu período escolar. Mesmo os livros não sendo baratos e todos eles físicos naquela época, nem todas as bibliotecas os possuíam e, muitas vezes, era preciso pegar emprestado. Hoje em dia, há um bom número de crianças e adolescentes interessadas na leitura e é farta essa oferta, além de mais acessível. Então fica mais fácil tocar no tema literário.
Por outro lado, é preciso ter cuidado e ser mais seletivo ao avançar nesse incentivo. Os professores têm sido mais maleáveis quanto aos temas de interesse também. Antes eram os livros clássicos e nenhum mais. Hoje, embora seja grande a variedade na oferta, nem todos os bons livros chegam ao conhecimento do corpo docente.
Ainda bem que, recentemente, vi autores de livros de autores nacionais independentes serem adotados por escolas e fiquei feliz demais. Como exemplo, SCAMONIS, da escritora Marcela Franca. Acho fundamental, tanto para a formação de um posicionamento crítico, como para o desenvolvimento pessoal, incentivar a literatura nas escolas. Conhecer o passado com mais propriedade, identificar o presente e garantir uma valorização nacional é fundamental para a literatura ganhar importância nas escolas.
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8- Pergunta:
Você segue alguma rotina para escrever?
Silmara:
Exceto se eu precisar resolver algo, de segunda a sexta, uso as tardes para:
- estudar (e aqui entram os programas novos, a escrita em si, a criativa e a sensorial),
- pesquisar (o que for necessário sobre os temas do livro para dar consistência na história),
- fazer artes e textos para as minhas redes sociais e
- escrever.
Atualmente tenho conseguido escrever apenas 1 hora por semana, por causa do lançamento do meu livro O ÚLTIMO PESADELO, em 23 de novembro, e do meu conto na Antologia A MAGIA DO NATAL. O normal é eu escrever por 1h a 2h por dia.
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9- Pergunta:
O que você acha das histórias em quadrinhos, elas ajudam ou atrapalham na formação de leitores?
Silmara:
Depende. No passado, a Turma da Mônica e a do Tio Patinhas eram uma febre e nunca nos atrapalharam. Os quadrinhos sempre foram divertidos e nunca saíram de moda, embora atualmente seu conteúdo possa ser, por vezes, mais forte/violento e/ou afastar pessoas um pouco dos livros nacionais. Como tudo na vida, essa oferta aumentou e é preciso saber escolher, embora cada caso seja diferente. Conheço pessoas que leem os dois tipos, têm um ótimo pensamento crítico sobre tudo, mas gostam dessa diversão também.
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10- Pergunta:
O que você acha dos concursos literários que só aceitam textos inéditos?
Silmara:
Acho os concursos complicados e, muitas vezes, já predestinados em seus resultados na preferência por alguns tipos de temas. Quando você apresenta o seu original a um desses concursos, às vezes, outros não o acham mais inédito por isso e não o aceitam, mesmo você não tendo vencido o concurso anterior. Não participei, mas já ouvi esses relatos. Quando isso ocorre, é injusto. Também há concursos para quem já publicou.
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11- Pergunta.
Acredita que nos tempos de hoje é mais fácil publicar um livro ou continua a mesma coisa de décadas atrás? Teve alguma dificuldade para publicar seus livros?
Silmara:
Hoje é muito mais fácil, mas já notei muitas mudanças de 2022, quando publiquei meu primeiro livro, até hoje. O custo foi mais elevado, mas consegui reaver esse investimento. Não foi difícil publicar. Só não havia tantas opções e caminhos, como hoje. Em 2023, publiquei mais 3, um deles somente em e-book, e foi bem mais simples. Depois vi Antologias/Coletâneas se multiplicarem. Estou em 10 e publiquei mais um livro, em 2024.
Por outro lado, pelo número cada vez maior de autores e livros, além de ser mais difícil garimpar, pois nem sempre acho os que ganham prêmios os melhores, têm aparecido muitos interessados em ganhar em cima das publicações de autores nacionais independentes, aumentando a quantidade de golpes por aí. Há também muitos livros escritos sem a mínima qualidade ou respeito ao leitor, infelizmente, exatamente pela maior facilidade de publicação.
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12- Pergunta:
Você já desistiu de publicar ou de terminar algo que escrevia, por achar que não estava bom?
Silmara:
Não. Eu só público quando acho que fiz o meu melhor. Luto contra o perfeccionismo que atrapalha pelo excesso, mas busco a qualidade ao máximo. Tenho ainda vários roteiros feitos de livros por escrever. As histórias vão crescendo em mim e melhoram sempre durante o processo. Procuro profissionais para leitura crítica e revisão, mesmo após achar que o original está no melhor que poderia (imperfeito como eu, mas na melhor versão do momento). Não há livro perfeito, mas é preciso publicar a melhor obra possível.
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13- Pergunta:
Se você não fosse escritora, qual caminho seguiria?
Silmara:
Poderia ter um canal para falar sobre a vida. Pode parecer simples, mas há um mundo de temas nesse contexto atual de dores e incertezas. Muitas pessoas se sentem infelizes e carregam um vazio em si. A tecnologia tem ajudado o mundo, mas tem prejudicado o lado humano, muitas vezes. Pesquisas mostram isso, inclusive o quanto tem afetado crianças. De qualquer forma, já faço isso aqui e ali nos livros e quando estou nos bastidores.
Também já conheci o caminho dos números, uma outra paixão. Talvez fosse o caso agora de realizar meu sonho de estudar vários idiomas. Quem sabe escrever em italiano um dia? Sou apaixonada pela Itália. Claro, depois do nosso querido Brasil.
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14- Pergunta:
O que você tem a dizer para os escritores que estão começando e/ou para aqueles que pretendem ingressar no mundo literário?
Silmara:
Sugiro degustarem cada passo do caminho, não atropelarem as etapas, e se nutrirem de estudos que possam elevar a qualidade de suas obras e o poder de suas escritas. Também acho importante possuírem um núcleo de apoio mútuo com outros autores e terem cuidado com quem aparece nesse percurso, apenas para se aproveitar dos escritores.
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15- Pergunta:
Gostaria de dizer algo para seus leitores? Fique à vontade.
Silmara:
Gratidão, meus queridos. Sempre. Não existem escritores sem vocês, leitores. Mesmo fazendo o nosso melhor para uma entrega à altura do que merecem, nunca será o suficiente. Portanto, é uma honra ter vocês comigo. Todo esse apoio e esse carinho me impulsionam. São vocês quem apontam preferências, desejos e caminho a seguir, sem ferir os conceitos, os desejos e as crenças pertinentes a cada um. Vamos juntos! Obrigada!
Muito obrigado, amiga Silmara Aldrighi:
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