sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Pescador de Estórias



Te levarei comigo,
Lá onde de longe 
Identificam-se os ventos
Que arejam de furor 
Ou sopram de amor,

Lá a caçar os sonhos
De corações pequeninos
Em corpos espaçosos 
Que ocupam lugares do mar
Nessas mentes vazias

Como latas de caniço 
Que protegem a sardinha
Das saudades abstratas,
Como bolas de ar
Que carregam o fôlego
Dos peixes entre as algas,

Temos que ir está na hora
A pescar nossos sonhos
De de paredes de água
Em leitos longos,
oceanos indistintos.

Tem que ser já,
A onda última acaba de bater 
Nesta rocha lisa 
Disposta em grãos
 de areia mais finos
Ou em espumas dispersas

Nesta margem sangrenta 
Sobre estas mesma vidas 
Distintamente invisíveis,
Pesquemos só estórias 
Que cada entardecer desconhecem 
Os ouvidos que lhes acompanha 
Ao sopro do vento 
E passagem do tempo.

Nós, aqui nesta canoa 
Resultante de uma árvore nua.

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